Galera, gostaria de me desculpar pela demora em escrever sobre o jogo de ontem. Tive um probleminha, exatamente na hora do jogo, e só consegui vê-lo de madrugada, na reprise. Estava indo pra casa quando um motoqueiro ultrapassou o sinal vermelho e acabou "atropelando meu carro". Não rolou nada demais com ele nem comigo, graças a Deus. São Judas Tadeu tratou de operar um milagre, fazendo com que o cara acertasse só a roda do meu carro e caisse de lado, sem tirar nenhuma lasca de tinta. Já a moto do cara - Márcio, um vascaíno gente boa - não teve a mesma sorte e acabou destruída. Enfim, dadas as desculpas, vamos ao que interessa, que é falar do Mengão.
O jogo de ontem no Ipatingão não foi lá essas coisas, apesar do resultado de 3X1. Jogamos um bom futebol, mas nada muito incrível. Se fosse um desfile de escolas de samba, diria que estávamos mais pra Imperatriz, com seus desfiles técnicos e eficientes, do que pra Mangueira, que empolga a galera. Mas, no fim, mostramos a nossa força, fomos superiores e voltamos à liderança do campeonato, com 16 pontos e um saldo melhor que o do Cruzeiro (9 a 8).
Enquanto o Flamengo buscou o ataque durante todo o tempo, a equipe do Ipatinga - que é um dos meus candidatos pro rebaixamento - entrou retrancada lá atrás, esperando só os nossos erros para arriscar.
Confesso que esperava ver o Obina entrando desde o início, conforme prometeu durante a semana o treinador Caio Jr. Mas ele preferiu vir com a escalação tradicional, usando Souza, Tardelli e Marcinho, e deixando o nosso xodó no banco, como carta na manga. Para não dizer que o "oclinhos" não mudou nada taticamente, pudemos notar que o posicionamento do ataque foi um pouco diferente das últimas partidas, pois, ao invés de usar Souza como pivô e homem de referência na área, o treinador inverteu as posições e fez com que o camisa 9 fosse para a ponta esquerda, metendo o Marcinho enfiado na área, como homem de frente.
A modificação não melhorou muito a situação do Souza, que acabou errando passes, perdendo gols, saindo vaiado e suspenso para o próximo jogo, por conta do terceiro amarelo. Obina, que será o titular contra o Sport, entrou em seu lugar e também não jogou como das últimas vezes. Mas já mostrou que trará mais disposição e alegria para o nosso setor ofensivo contra o Leão do Recife.
Mas o destaque da partida foi mesmo para a excelente atuação dos nossos laterais, que voltaram a dar show e mostrar a ofensividade de 2007. Léo Moura, que de vez em quando passa uns jogos meio sonolento, ontem foi o grande jogador em campo, fazendo duas das três jogadas para os gols rubro-negros, todos na segunda etapa. No primeiro deles, o moicano chutou forte da entrada da área, o goleiro adversário rebateu e Juan entrou livre para concluir: 1X0.
Na meiúca, Íbson voltou a jogar um bom futebol, apesar do estado do campo atrapalhar demais seus passes e avanços (a bola não parava de perecar). Como prêmio pela atuação, aos 30 e poucos do segundo tempo, recebeu um passe "melzinho na chupeta" do Léo Moura, deu um corte seco em dois zagueiros e completou com um toque à lá Zidane, no canto: 2X0.
Como não poderia deixar de ser, o jagunço Jaílton, que foi defendido por todo o time antes do jogo, mostrou que não ameaça em nada o posto de Toró. Ele falhou na marcação e deixou o atacante do Ipatinga dominar a bola na pequena área. Quando tentou o domínio, a bola subiu. Aí, ao invés de ter calma e ir no corpo do adversário, Jaílton preferiu entrar solando e fazer a falta que originou o primeiro e único gol do alviverde mineiro: 2X1.
No final da partida, os mineiros começaram a vir pra dentro do nosso time acreditando no empate. Boladão com o período em que esteve no Flamengo e não foi aproveitado, Gérson Magrão queria se vingar da gente e jogou com bastante vontade. Os mineiros já estavam quase marcando, quando Kleberson, aos 45 minutos, lembrando os tempos de pentacampeão mundial, botou os zagueiros ipatinguenses pra dançar, cortou pra lá e pra cá, e deu um porradão de canhota, pra fechar a tampa do caixão e garantir a nossa liderança isolada: 3X1.
No próximo jogo, o rubro-negro mais amado do Brasil vai pegar o outro rubro-negro, lá do Recife, num jogo difícil, mas fundamental para as nossas pretensões no Brasileirão. Temos que mostrar novamente que podemos vencer fora de casa e manter o caminho rumo ao hexacampeonato.
Vou andar com um radinho dentro do carro. Se outro motoqueiro entrar na minha frente, eu ouço o jogo enquanto espero a PATAMO chegar pra fazer o B.O.... heheheheheh!!!
Vamo que vamo, Mengão!
Gil
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