FOI RUIM, MAS TÁ BOM

O que me incomodou no jogo de ontem é o que costuma me incomodar no Flamengo sempre. Quando estamos numa boa fase, ou quando relaxamos após uma crise, tendemos a nos acomodar e tirar o pé do acelerador. E isso pode ser mortal na fase final de qualquer competição. Inclusive o estadual.

Ontem, lá no Godofredo Cruz, em Campos, tivemos uma prova disso. Entramos em campo displicentes, desligados e só conseguimos ganhar porque o zagueiro do Americano resolveu dar uma manchete numa jogada em que o Maxi iria passar e invadir a pequena área. Se não fosse isso, e o Bruno lá no gol, teríamos complicado a classificação por conta de acomodação boba.

Se engana quem se baseia no fato do Flamengo ter tido maior posse de bola e ter atacado durante quase todos os 90 minutos, para dizer que a gente dominou a partida. Vale lembrar que o atual time do Americano é armado exatamente para marcar forte e partir nos contra-ataques. Sendo assim, a falsa imagem de massacre, fica clara.

O ataque, especialmente Josiel, que vinha brilhando e marcando nos últimos 3 jogos, perdeu as poucas chances de gol que teve e voltou a lembrar o time dirigido pelo Caio Jr no final do Brasileirão do ano passado.

No meio, Íbson e Kléberson, dois jogadores leves e velozes, tiveram muita dificuldade de conduzir a bola no pântano que o gramado do Godofredo Cruz se transformou com a chuva. Com isso, e com as jogadas pelas laterais já manjadas e marcadas, não conseguimos causar muito perigo ao alvinegro interiorano durante o primeiro tempo. Que terminou com um 0X0 horroroso de se ver de tão entediante.

No segundo tempo, depois de um bate-papo no vestiário, o rubro-negro começou a atacar um pouquinho melhor. O meio-campo parou de prender a bola e trombar, começou a tocar a bola mais rápido, pra fugir das poças, e tudo começou a fluir um pouco mais. Tanto que aos 2 minutos, Williams lançou Éverton Silva na ponta, mas o novo xodó da galera acabou chutando a bola mascada. Em seguida foi a vez de Kleberson levar a bola ao fundo e cruzar pra Josiel, que deu uma cabeçada meio de ombro, muito bizarra, não conseguindo mandar pras redes.

Léo Moura também teve uma chance clara de marcar, aos 15, mas bateu muito fraco, facilitando o trabalho do número 1 do Americano, que se abaixou e pegou a criança.

O time de Campos começou a perceber brechas na zaga do Fla e partiu no contra golpe. Numa das chances, o Cafezinho, que não é aquele que levou umas bordoadas do baixinho, arriscou uma pancada de direita, mas o Bruno defendeu o que seria o gol dos caras. Um defesaço!

O jogo foi seguindo sem muita emoção até que aos 40, Maxi recebeu uma bola na lateral direita, abaixou a cabeça com o sempre, e tentou passar por dentro do adversário. A bola bateu no pé do cara e sobrou no alto. Ai o zagueiro Anderson, percebendo que o argentino iria invadir a área sozinho, mandou uma jornada nas estrelas pra impedir que a bola passasse. O juiz botou a bola na cal: pênalti.

Juan tomou pouca distância, tirou o goleiro da foto e bateu forte, no alto, bem no meio do gol: 1X0 e alegria de Cuca, que vibrou muito no banco de reservas.

Na saída de bola, quando faltavam poucos minutos pro jogo acabar, o Americano partiu pra dentro e arriscou tudo. A zaga do Fla bobeou e fez falta na entrada da área. Já eram 46 do segundo tempo. O meu xará Gil correu pra cobrar, bateu colocado, mas o melhor goleiro do Brasil defendeu a bola com perfeição e garantiu mais 3 pontos pra gente.

Na próxima partida, sem Juan e Íbson, o Flamengo pega o Florminense, no Maracanã. Os caras tão embalados com a vitória sobre o Bostafogo e devem vir pra cima da gente querendo mostrar serviço e ganhar moral pra disputa das finais da Taça Rio. Mas a nossa função e faê-los enfiar a viola no saco e meter um sacode. Mas pra isso vamos precisar acordar novamente. Ouviu, Cuca?

LEONARDO PRESIDENTE!

Gil