segunda-feira, 12 de abril de 2010

RESPIRAMOS NO CARIOCA


Ganhar do Vasco é como respirar: um ato involuntário, já condicionado ao organismo rubro-negro. A gente não precisar pensar ou agir conscientemente para ganhar do Vasco. É entrar em campo, vencer e pronto. É como puxar e soltar o ar: natural.

Sendo assim, como eu nem mesmo considerava a chance de empatar, tampouco ser derrotado, pelo bacalhau imundo, resolvi me ater ao que vi dos nossos jogadores em campo enquanto respirávamos, ou melhor, ganhávamos do Vasco.

Finalmente a tão escassa dedicação reapareceu numa partida do Flamengo. E o símbolo disso foi o Vagner Love, o primeiro cara de quem vou falar neste post.



Love não é craque. Não é um jogador muito acima da média. Nem mesmo é um jogador selecionável, na minha opinião. Mas o atacante traz consigo algumas características que, como uma fórmula, sempre impressionam e apaixonam o torcedor megolino (e muitos outros): raça, entrega, amor à camisa e eficiência.

No começo quando se começou a cogitar a possibilidade de trazê-lo, fui um dos que torceu a cara. Achava que o cara era meio farsa, mascarado, baladeiro e que não havia provado aqui no Brasil nada demais para fazer parte do (e custar tanto ao) Flamengo.

Quando deixou o país rumo ao mercado russo, Love tinha sido apenas o artilheiro da segundona com o Palmeiras e mais nada. E as experiências anteriores com Lúcio Bala, Dill e tantos outros, colocaram meu pé ainda mais atrás com o atacante.

No entanto, mesmo diante da desconfiança, eu sempre deixava claro (e quem me acompanha aqui e no TWITTER URUBUZADA poderá confirmar): o fator amor ao clube será o grande divisor de águas para a sua contratação. Se mostrar que realmente ama o Flamengo, Love pode ganhar seu espaço no time e, mais importante, no nosso coração. E taí. Ele fez.

Às vezes, tenho a nítida impressão de que, jogando pelo Flamengo, um jogador faz mais sucesso se acredita no lance até o fim, dá um carrinho, rouba a bola do zagueiro e faz o gol aos trancos e barrancos do que se este mesmo cara dribla 10 jogadores, dá uma caneta no goleiro e ensaca. Tudo pelo simples motivo de que, na primeira opção, o jogador consegue mostrar para a torcida que é capaz de superar até mesmo uma possível deficiência técnica para cumprir a tarefa e fazer a torcida feliz. Já o segundo estilo de jogador faz isso parecer fácil. E a torcida do Flamengo, repleta de trabalhadores, de gente que se esforça todos os dias pra alcançar seus sonhos, sabe muito bem o valor da dedicação, da luta e do trabalho.



Se Love melhorar um pouco as finalizações, pode, sim, ser um atacante importante para a seleção brasileira na Copa da África. Ainda mais nessa seleção do Dunga, que é um treinador que prefere contar com os bons operários, os perseverantes, em detrimento dos inconstantes e temperamentais gênios.

Continuando nos elogios, quero parabenizar também o Bruno Mezenga. Independente do moleque ter desaparecido do jogo no segundo tempo, foram dos pés dele que saíram os melhores lances de ataques do Flamengo em toda a primeira etapa. Primeiro, um lançamento de 30 metros pro Love, que acabou desperdiçando. Depois, um passe de trivela que resultou no gol. Por último, um passe lateral que permitiu ao Love deixar o Leo Moura cara-a-cara com Fernando Prass. Mas ai o lateral peidou e rolou a bola pra trás, desperdiçando um lance claro do Fla.

A volta de Maldonado, ao menos pra mim, também não foi uma surpresa. O chileno joga bola pra caralho, sabe se posicionar e traz uma segurança e tranquilidade absurda para a defesa. Ainda não está 100% de sua forma, mas, com os jogos (e tomara que o Andrade não fique inventando de tirá-lo) vai readquirir o potencial físico e o tempo de bola, que ainda não estão no auge.

Williams encerra o meu ciclo de congratulações. Apesar de ter falhado feio no gol de empate do Vasco, o camisa 8 correu o campo todo, marcou que nem um louco e não deixou o tal Felipe Coutinho passar nenhuma vez. Cheguei até a comentar com um camarada que estava do meu lado que o nome do cara poderia mudar pra “Felipe Coitadinho”. Se segurar a onda na afobação e parar de tomar amarelos e vermelhos, vai voltar a ser o MONSTRO de 2009.

A parte deste post destinada aos pitos será breve. E só contará com Michael, Juan e Léo Moura, nesta ordem.

Michael, infelizmente, não conseguiu jogar bem. Se roubava uma bola no campo de ataque, logo depois entregava nos pés do adversário. Ou seja, tudo de bom que fazia, ele cagava em seguida. Acabou sendo justamente substituído por Pet, que nada fez em campo.


Juan desta vez não me irritou. Ele até marcou bem e coisa e tal. Mas o lateral nunca foi tão pouco importante para o elenco quanto está sendo agora. Enquanto Léo Moura alterna bons e maus momentos, mas decide nos bons, o camisa 6 já não joga uma partida de alto nível desde o início de 2009, quando deu lugar a Everton. Juan já foi convocado para a outra seleção e teve papel fundamental em muitas decisões, como em 2006, na Copa do Brasil, contra o próprio Vice da Gama. Mas sua situação no time, que já não é boa, pode se agravar ainda mais, afinal, com a expulsão (injusta, por sinal), obrigará Andrade a buscar uma nova alternativa pra partida contra o Bostafogo. E caso o Tromba ponha em campo a escalação que me passou pela cabeça hoje (com Michael na lateral e Pet, Vinny ou Ramon apoiando os avanços por ali), pode até ser que ele fique um bom tempo curtindo o banco.

Para Léo Moura o esporro será bem moderado. Afinal, ele conseguiu a seu favor um álibi irrefutável: o pênalti que cavou e resultou em nossa vitória. De qualquer forma, vale destacar que Léo foi, depois de Michael, o pior do primeiro tempo. Roda presa, errando passes, perdendo bolas no campo de defesa por driblar demais e, pra completar, não teve coragem de arrematar uma bola cara-a-cara com Fernando Prass. De qualquer maneira o moicano se recuperou um pouco no segundo tempo, evitando que sua atuação fosse uma tragédia.

De um modo ou de outro foi bom ver a entrega do time neste jogo. Fica claro para mim que esse será o grande divisor de águas de agora por diante. Qualidade técnica nós temos para superar qualquer um dos adversários que se aproximam. Universidad Católica e Caracas não são nenhum bicho-papão e, se jogarmos como hoje, mesmo sem brilhantismo, conquistaremos os pontos que faltam no grupo 8 da Libertadores. Porque no Carioca, ta tudo certo. Porque assim como o Vasco, ganhar do Botafogo é como pensar, respirar, andar, ouvir. Uma coisa corriqueira para nós.

VAMO QUE VAMO, MENGÃO!

Gil

7 comentários:

Cesar Abrantes disse...

O que me deu mais raiva no time do Flamengo hj foi o Michael, toda jogada ele queria enfeitar e acabava perdendo a bola. Jogo decisivo, por mais freguês que seja o adversário, não é hora pra brincar.

O time do Fla jogou bem, principalmente a parte defensiva. O nosso grande problema são as jogadas aéreas, principal arma do Botafogo. Acho que uma zaga mais alta e jovem seria melhor no jogo de Domingo.

Só mais uma coisa a dizer: O FREGUÊS VOLTOU!!!

SRN

Caio de Almeida disse...

Gil, realmente não deu para ficar com raiva de ninguém hoje. O time estava se dedicando em campo, por mais erros que tenha cometido. Precisamos manter essa motivação, coisa que não estava pintando mesmo nos últimos confrontos. Concordo com o amigo Cesar: temos que tirar alguém dali e recolocar o Fabrício. Vai acabar sobrando novamente para o Angelim, mas paciência. Tudo pelo Flamengo!

SRN

Rodrigo disse...

Vi e revi o jogo desta tarde, assim como a outra semifinal, a de ontem à noite. Concordo contigo na primeira parte, as dos elogios. Love é um operário da bola. E como vc disse, melhorando as finalizações vai ficar ótimo. Mezenga fez o que não se esperava dele: lançamento, passe precisos e assistências perfeitas. Concordo também sobre o Juan. Ele não tem jogado como pode desde ano passado. Entretanto, não concordo no elogio ao Willians. Ele estava perdido em campo. Principalmente no 1° tempo, quando fez uma falta boba no meio-campo e levou cartão, deu molinho pro zagueiro do vice cabecear no empate e ainda fez um penalty que o juiz felimente não marcou! O Leo Moura deveria está na lista dos elogios. Está em grande forma e tendo boas atuações. Também gostei do Michael, que, se errou bastante é pq tentava criar boas jogadas e sempre partia prá cima dos fedorendos de são janu.
No mais, resultado ótimo que põe as coisas de volta no ao seu devido lugar!

vôo do urubu disse...

Vencer do Vasco é destino.

Saudações rubronegras!

oPerna disse...

Imagino um flamengo com um ataque Love e Sheik, mais raçudo e Rubro-Negro que isso não sei se existe.

Sabe que ontem vi botafoguense espraguejando, e hj, logo de manha vindo trabalhar, já ouço a cachorrada reclamando uma semana antes a derrota. O jogo nem ao menos foi preparado e os caras já estão com clima de vice, tem ou não tem que tomar um piau sem pena??

Agora me responde Gil, que caboclo q baixou ontem no Mezenga e q café é esse que o Willians toma??

abraço

SRN

flacanagem.blogspot.com
o mais irreverente da nação

Raquel e Fabio disse...

Eu tb acho que temos um bom time, mas ainda acho que a nossa lateral esquerda vem pecando em excesso.

Infelizmente não temos um reserva que vista aquela camisa com propriedade e seja capaz de barrar o Juan, mas temos um bom time, não é excelente, mas muito capaz de levar o Tetra Carioca e a Libertadores da América.

SRN,

MAGIA NELES!
Fábio Justino

Helder Rodrigues Bino disse...

Vágner Love é o CARA desse time do Flamengo...está fazendo tudo aquilo que queremos em um jogador que veste o MANTO; RAÇA, ENTREGA,DETERMINAÇÃO e GOLS, além do seu grande amor pelo Flamengo...prá quem ficou com receio após sua contratação, hoje sou fã incondicional do CARA... além de compensar a inutilidade do fresco-imperador, que vive de babaquices e de dorzinhas, além de ser um tremendo MANÉ, como imperador-da-barraqueira...gostaria que o Flamengo fizesse o possível para manter o LOVE na Gávea e mandasse o imperador-da-chatuba pro raio-que-o-parta...minhas duas broncas: nosso goleiro continua fazendo das suas...nunca sai nas bolas alçadas ou cruzadas na área do Flamengo...nosso goleiro precisa saber que ficar apenas embaixo dos três paus não vai resolver sua vida e ainda por cima vai cagar toda a defesa do Flamengo...a outra bronca é com êsse Juan...além de não jogar nada há muito tempo, o cara é intragável...cavou sua própria expulsão(injusta, sim), mas tudo por causa da sua estupidez...poderia ter prejudicado sua equipe...nosso treinador deveria escalar o Michael na vaga do Juan e colocar o Petkovic na criação na partida de domingo...nosso grande Maldonado(que alívio) voltou prá ajudar nossa "complicada" defesa, que também é muito mal orientada pelo nosso goleiro de seleção(?)...tem que vencer o Católica, lá em Santiago, senão a coisa pode ficar sinistra...acredita Mengão...vamos lá, Mengão...Helder