segunda-feira, 2 de maio de 2011

ERA UM TIME MUITO ENGRAÇADO





Eu não sei viver sem música. Minha conexão com ela começou bem cedo, quando meus pais se deram conta que eu parava imediatamente de chorar ao colocarem determinados discos para tocar na vitrola. Daí por diante ganhei vários vinis de música "infantil", como o "Arca de Noé", com músicas compostas por Vinícius de Moraes.

Nesta coleção de disquinhos, havia uma canção que até hoje guardo na memória, chamada "A Casa", que dizia assim: "Era uma casa, muito engraçada. Não tinha porta, não tinha nada".

Mas não era só isso que eu ouvia quando criança. No fim dos anos 70, mais precisamente em 78, quando cheguei a esse mundo, o que se dizia por aí era que o nosso maior adversário era o Vasco da Gama. A rivalidade que se via nas ruas, existia para mim já dentro de casa: meu pai - que Deus o tenha - era torcedor do bacalhau e minha mãe, do urubu.



Contudo, quis o destino (e os Deuses do Futebol) que exatamente naquele ano em que eu dava as caras por aqui, Rondinelli surpreendesse a todos, enfiando a cabeça numa bola cruzada por Zico e colocando o time da colina como vice daquele Carioca.

Passados quase 33 anos dessa partida histórica e, consequentemente do meu nascimento, algumas coisas mudaram, outras, não.

O Vasco foi vice do Flamengo. Isso, por exemplo, não mudou. No entanto, já são tantos os vicecampeonatos dos mulambos diante do Mengão, que, honestamente, já não dá mais para considerá-los arquirrivais nos dias de hoje. Aliás, não dá nem para considerá-los "fregueses". A freguesia já é tanta, que promovi o Vasco ao posto de cliente VIP do Fla.

Arte por Pedro Derbli (@ONomade)
Outra coisa que não mudou é o amor pelo Flamengo. Continuamos tendo a maior e a mais apaixonada torcida de futebol deste planeta (será que tem futebol em Marte?), lotando os estádios, batendo recordes e surpreendendo a todos, fato que também era corriqueiro.

Por sua vez, diferente das décadas de 70 e 80, quando era realmente necessário ter um timaço para se sair vencedor, hoje em dia as coisas estão bem mais fáceis. Esse time do Flamengo, com treinador contestado, com esquema confuso, sem uma zaga decente, sem lateral-esquerdo e sem atacantes, foi mais do que suficiente para levantar o caneco do Carioqueta 2011 invicto, sem perder uma partidinha sequer.

A idéia de não estarmos "jogando por música" e ainda assim sermos campeões, me remete aquela canção do "Poetinha" que citei lá no começo do texto, da qual, humildemente, faço uma versão para encerrar o post:

Era um time, muito engraçado. 
Não tinha zaga, não tinha nada.
Mas ninguém podia duvidar dele, não. 
Porque o time era o Mengão.

PARABÉNS AO MENGÃO, REI DO RIO!

VAMO QUE VAMO!

Gil

"Quando o time não dá nada, a camisa (do Flamengo) é içada, desfraldada por invisíveis mãos (...) Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará a camisa aberta no arco. E diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável". (Nelson Rodrigues)

5 comentários:

Negão disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkk mais uma música pra vc!
Fácil! Extremamente fácil!
Pra vc! E eu e todo mundo vencer juntos!
Saudações rubro-negras!

FLA NA REDE disse...

Eu mudaria para:
Era um time, muito engraçado.
Não tinha LATERAL ESQUERDO, não tinha nada.
Mas ninguém podia duvidar dele, não.
Porque o time era o Mengão.

Não rima, mais é a verdade... srsrrs

RêGraciano disse...

Perfeito Gil!kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Anônimo disse...

Essa crônica do Nelson Rodrigues já diz tudo!
Só o Manto Sagrado basta! SRN
Johnny0523

Pedro Derbli disse...

Valeu a lembrança!!! Parece que foi um sucesso.

ASA MORENA