domingo, 26 de agosto de 2007

CUSPINDO NO PRATO...

É galera, agora eu percebo que dirigir ou atuar pelo Flamengo pesa muito na cabeça de uma pessoa normal. Especialmente se esta pessoa não está acostumada com times de massa, com tradição e a grandeza de um clube como o nosso.

Estou falando isso por causa do Ney Franco. Temo que ele tenha enlouquecido de vez. Tudo aconteceu ontem, quando o "técnico" mineiro estreava pelo Atlético Paranaense, em Porto Alegre, contra o Colorado. O jogo estava duro (de se ver). Um empate fedorento por 0x0, numa partida truncada e burocrática. Lá pros 40 do segundo tempo, o árbitro do jogo, o carioca Luiz Antonio Silva Santos, errou ao marcar um pênalti para o time gaúcho numa jogada que aconteceu fora da área. O time vermelho converteu a penalidade e acabou vencendo por 1X0. Foi aí que o nosso ex-técnico, Ney Franco, resolveu botar as garras de fora.

Revoltado e, provavelmente, com a vaidade abalada após mais uma derrota na primeira divisão do Brasileirão, Ney, antes uma figura ponderada e tranquila, resolveu mostrar quem é de verdade com a seguinte declaração:

" - Parece que esse árbitro é declaradamente flamenguista e nós temos que ficar atentos a isso. Vão fazer de tudo pro Flamengo sair de onde está"

Mas se você pensa que estou atribuíndo a loucura do técnico, mineiro de Vargem Grande, somente a esta declaração impulsiva, calma aí. Ainda não acabou.

Acontece que o medíocre treinador ainda concedeu uma entrevista para o site globoesporte.com onde disse que vai chegar à Seleção Brasileira! Para conferir um pouco mais da insanidade que o peso de uma equipe como a nossa pode causar numa pessoa comum, leia a entrevista abaixo, transcrita integralmente:

Mineirinho de Vargem Grande, Ney Franco ganhou projeção nacional ao conquistar o título mineiro pelo modesto Ipatinga e classificar o time para as semifinais da Copa do Brasil. Sua vida mudou de uma hora para outra com o convite do Flamengo, time que comandou nas conquistas do Campeonato Carioca e da Copa do Brasil. Com seu estilo "zen" e tranqüilo, Ney não costuma fugir de desafios e terá mais uma oportunidade de mostrar sua competência neste domingo, quando fará sua estréia pelo Atlético-PR. Em entrevista exclusiva ao repórter Rafael Cardoso, do GLOBOESPORTE.COM, Ney esclarece mal-entendidos com Claiton, compara as estruturas do Flamengo e do Furacão, fala da lendária "República do Pão de Queijo" no clube carioca e de sua breve carreira musical. E adianta: a seleção é o limite!


GLOBOESPORTE.COM : Você nem bem saiu de um time rubro-negro e já está assumindo outro. Apesar da semelhança de cores, há uma grande diferença entre as estruturas de Flamengo e Atlético-PR?

Ney Franco: Em comparação com o Flamengo e com as maiores equipes do Brasil, o Atlético-PR está muito à frente. Temos à nossa disposição todas as possibilidades de trabalho: bons campos, hotel bem estruturado, restaurantes. Dá para controlar bem a vida dos atletas. Eles podem ficar o dia inteiro no CT, treinar pela manhã, descansar depois do almoço e retornar às atividades da tarde, tudo isso sem sentir tanto o desgaste. Facilita muito o nosso trabalho. Mas gostaria de dizer que não saí do Flamengo por problemas estruturais e sim por falta de resultados. O clube pode não ter a melhor estrutura, mas não compromete tanto. Dava até condições, nenhum treinador pode sair de lá reclamando disso. Há uma estrutura formada, mas logicamente não se compara a do Atlético.

GLOBOESPORTE.COM : Você vive uma experiência nova em sua carreira. A passagem pelo Flamengo tornou seu nome mais conhecido no futebol nacional. Acredita que as cobranças serão maiores?

Ney Franco: Sem dúvida é diferente. Quando saí do time júnior do Cruzeiro para o Ipatinga, existiam muitas dúvidas e questionamentos. Fiz um bom trabalho por lá, tivemos participações marcantes na Série C, na Copa do Brasil e no Mineiro. No Flamengo consegui montar um time bem competitivo, disputamos a Libertadores e fizemos a melhor campanha da primeira fase. Saímos prematuramente da competição, e foi aí que o trabalho começou a ser questionado. Venho para o Atlético em uma situação diferente, meu nome está mais na mídia. O futebol mundial já conhece o Ney Franco. Prova disso é que tive várias propostas do exterior. Já posso dirigir qualquer time do Campeonato Brasileiro.

GLOBOESPORTE.COM : O futebol paranaense está em um momento complicado no Brasileirão. Atlético e Paraná estão muito próximos da zona de rebaixamento. Qual a sua expectativa em relação ao grupo que tem em mãos e como pretende ajudar o time a se afastar dessa incômoda posição na tabela?

Ney Franco: Pego o Atlético na mesma situação em que assumi o Flamengo em 2006, próximo do rebaixamento. O Atlético tem um bom elenco e poderia estar muito melhor, mas sofreu a perda de jogadores importantes como o goleiro Guilherme, o Denis Marques e o Alex Mineiro, que teve uma contusão séria. Acredito que esse elenco tem totais condições de fazer uma boa campanha no Brasileiro, primeiramente brigando pela vaga na Sul-Americana e depois até pensando na Libertadores.

GLOBOESPORTE.COM : Você é conhecido pelo seu jeito “zen”, pela forma tranqüila de se expressar. É essa personalidade que falta ao Atlético, que atravessa um momento nervoso, à beira de uma crise maior?

Ney Franco: Acho que consigo sempre manter o meu equilíbrio. Passo esse ar de tranqüilidade, mas sou um treinador que cobra dos seus atletas. O que o Atlético precisa neste momento é de um treinador que mude o perfil de jogo da equipe. Tenho a minha forma de exigir dos jogadores, mas ela é mais interna e individual. E chego aqui com uma responsabilidade muito grande de estar substituindo o Antônio Lopes, um dos melhores treinadores do Brasil, que possui um currículo muito bom.

GLOBOESPORTE.COM : Que times neste campeonato você apontaria como favoritos ao título?

Ney Franco: O líder São Paulo logicamente. O Botafogo, mesmo perdendo uma série de jogos, ainda pode lutar pelo título. E o Cruzeiro e o Vasco, que fazem ótimas campanhas. O primeiro chama a atenção por ter um ataque muito positivo. E o Vasco está sabendo utilizar muito bem o seu mando de campo. Esse fator, aliás, é um dos que precisamos resgatar aqui no Atlético. Quem enfrentou o time aqui sabe que é sempre muito difícil. Precisamos voltar a exercer a nossa força na Arena e somar muitos pontos dentro de casa, para contornar essa situação complicada.

GLOBOESPORTE.COM : A maioria dos técnicos sonha em dirigir a seleção brasileira um dia. Com o Ney Franco é diferente?

Ney Franco: Temos que ir por etapas, este ainda é um ano de afirmação no cenário do futebol brasileiro. Comecei o ano em uma equipe de ponta e está tudo se encaminhando para que eu termine em outra. Mas todos querem alcançar o topo da escada em sua profissão. Eu não sou diferente. Sonho com o auge da minha carreira, que seria a seleção.

GLOBOESPORTE.COM : No Flamengo, ficou famosa a 'República do Pão de Queijo'. O que você tem a dizer sobre isso?

Ney Franco: Gostaria de esclarecer que isso foi uma confusão que muitos da imprensa fizeram. O Flamengo já tinha contratado alguns nomes do Ipatinga antes da minha chegada. Quando assumi o time, já tinha três jogadores lá. Apenas pedi a contratação do volante Paulinho. Aqui vou continuar indicando jogadores independentemente do estado, da religião, da cor. Se algum jogador do Ipatinga tiver o perfil que precisamos, será bem-vindo. Mas não importa se é do Sul ou do Nordeste. O que interessa é a qualidade.

GLOBOESPORTE.COM : Você e o Claiton tiveram alguns desentendimentos no Flamengo. Ele chegou a reclamar de perseguição, de ser sempre o “bode expiatório” quando as coisas iam mal. Em um intervalo de tempo muito pequeno, vocês se reencontraram no Atlético, e ele de cara foi titular no primeiro treinamento que você comandou. Prova de que o relacionamento entre vocês melhorou?

Ney Franco: Houve um pouco de exagero. Não aconteceram problemas entre nós dois. Eu indiquei ele na época de Flamengo. Começou a temporada lá como titular e como capitão da equipe. Só que na Libertadores mudei a forma da equipe jogar e ele foi para o banco de reservas. Até deu algumas declarações, mas nada que fosse encarado como indisciplina e nem foi afastado depois disso. Eu conhecia o Cristian e achei a troca entre os dois interessante. Já conversei com o Claiton aqui no Atlético normalmente e ele é um jogador interessante para o time.

GLOBOESPORTE.COM : Sua ligação com a música já ficou bem conhecida, chegou até a gravar um CD no Rio. O cantor Ney Franco já está preparando algum hit novo para os novos ares curitibanos? Caso o desempenho no Atlético não seja o esperado, a carreira musical é uma saída?

Ney Franco: (risos) Mas vai dar tudo certo no Atlético, sim. Pretendo ficar muito tempo no cenário do futebol brasileiro. A música é só um hobbie meu. Fiz o CD mais para a minha família e amigos. O momento agora é de concentração total no trabalho e não posso pensar em mais nada a não ser fechar bem essa temporada.


Até hoje a noite, no Maraca.

FORA KLEBER LEITE!!! FORA MÁRCIO BRAGA!!! ZICO PRESIDENTE!!!

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