domingo, 21 de setembro de 2008

UMA HISTÓRIA RUBRO-NEGRA

Recebi este e-mail do leitor Nelsinho Morro e resolvi colocar aqui porque achei muito emocionante e muito parecido com a minha história. Só falta mesmo eu ter uma filhinha rubro-negra também... hehehehehe!!!

Espero que todos vocês também gostem.
Amigos

Quando a 35 anos atrás, aos 3 anos de idade fui perguntado pelo então Senador Antonio Carlos Konder Reis, que me segurava no colo, na casa do meu Avô Nadar, em Apiúna-SC, sentado em uma cadeira de madeira e palha, que ficava sempre na área em frente à entrada da sua cozinha, para qual TIME eu torcia, minha resposta, de bate-pronto foi FLAMENGO.

Meu Pai, Nelson, vascaíno, amante do futebol, ficou atônito diante da minha resposta, e durante três longos anos, pra ele é claro, tentou me convencer a mudar de time e a torcer para o Vasco da Gama, sem sucesso.

Já era 1976, e a geração campeã do mundo estava em campo, acho que esta foi a única vez na minha vida que vi meu pai desistir de algo. Eu com 6 anos, e ele desistiu, me comprou um uniforme do Flamengo, uma bandeira do time, e me levou de Santa Catarina ao Rio de Janeiro para irmos juntos ao Maracanã, um dos lugares mais mágicos do mundo pra quem gosta de futebol, assistimos a Flamengo e América, que naquela época ainda era adversário a altura dos grandes do Rio.

Foi um jogo difícil, mas ganhamos de 1 x 0 e o gol do Flamengo foi do Zico, que viria a ser o maior astro na história da constelação rubro-negra.

Impossível não me apaixonar por aquele time que já tinha começado a montagem que redundaria no Campeonato Mundial de 1981, e tinha: Cantarelli, Toninho, Rondineli, Dequinha, Vanderlei Luxemburgo, Merica, Tadeu, Luís Paulo, Luisinho, Zico e Claudiomiro.

Impossível não me apaixonar por aquela torcida, milhares de mãos aplaudindo seus heróis, milhares de vozes entoando seus hinos e seus gritos de guerra. Era a maior torcida do mundo, cantando sua garra, seu amor e sua paixão.

Depois dessa, fui muitas vezes ao Maracanã, assistir ao Flamengo. Em 1999, quando fui à final do Campeonato Carioca, o Vasco da Gama do meu pai era o adversário amplamente favorito, tinha a vantagem do empate e um time melhor que o do Flamengo. Quando me despedi de meu pai saindo de Brasília para ir ao Rio, ele me disse "Não se decepcione se perder, vai ser difícil". Naquele momento tive certeza que até ele estava torcendo pro Flamengo ganhar, afinal Eu estaria no Maracanã. Amor de pai é mesmo inexplicável, o Flamengo foi campeão, e ao fim o convertido foi ele, um vascaíno torcendo pelo Flamengo em plena final do Carioca.

Em 2003 nasceu minha filha mais velha, que se chama Maeva, e eu tinha certeza de que ela seria rubro-negra.

Em uma daquelas cólicas dolorosas que todo recém-nascido tem ela estava de braço em braço sem parar de chorar, eu a peguei no colo, e estava com a camisa Rubro-Negra, o nosso Manto Sagrado. Ela, muito pequena, recostou a cabeça no escudo do lado esquerdo do peito e parou imediatamente de chorar. "ESTA VAI SER RUBRO-NEGRA", disse eu chorando.

Isso se confirmou com o tempo: ela torce, fica feliz quando o Flamengo ganha, e quando perde ela me consola "não faz mal, né, Pai? O Flamengo é Campeão do Mundo". Minha pequena rubro-negra, já está agora com 5 anos, e no próximo Domingo eu vou levá-la ao Maracanã, mais do que isso, ela vai entrar em campo de mãos dadas com o Flamengo, e tenho certeza do impacto que isso terá na vida dela, como teve na minha.

Para mim é um ciclo que se completa, 32 anos depois volto ao Maracanã muito emocionado na condição de Pai de uma linda menina - tenho mais duas com 3 anos - que vai levar com ela pra sempre a lembrança do Maior do Mundo entoando nosso amor e nossa paixão pela instituição que com seus 33 milhões de cidadãos rubro-negros nós chamamos de NAÇÃO.

Saudações Rubro-Negras

Nelsinho Morro

PS: Na foto, a indisfarçável alegria de vestir o MANTO SAGRADO pela primeira vez. Iremos ao Maracanã eu e a Maeva, no Domingo 21/09, o jogo é as 18h.


Vamo que vamo, Mengão! Vamos honrar o amor do Nelsinho e da Maeva!

Gil

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