2 A 1 NA ESCALA RICHTER

Para um time que falou não estar nem um pouco abalado com as últimas patacoadas de Adriano, Love & Cia, o Flamengo parecia muito disperso e abalado na noite de ontem, no Chile. E não me venham com a desculpa de medo de terremoto porque não foi isso que fez a nossa equipe jogar tão mal quanto jogou.

Eu não estou bolado só porque perdemos. Em tese, essa era a partida mais complicada da primeira fase, foi na casa do adversário e nossas chances de conquistar o grupo ainda são grandes. O que me deixa bolado é ver erros bobos acontecendo há muito tempo e ninguém fazendo nada pra mudá-los. E a corneta começa a tocar pro Andrade.

Avisei nos posts anteriores que estava ficando irritando com a postura extremamente defensiva, quase covarde, que o Tromba vinha escalando o time. Mas estava sendo compreensivo porque o treinador estava com alguns desfalques, porque a defesa passou por um período de crise e pela ressaca do Brasileirão. Mas agora chega. Encheu o saco.


Será que o nosso Andrade, que deu aula de futebol jogando como meia, não consegue perceber que o Flamengo de hoje é um time "roda presa"? Será que o Tromba não saca que não estamos construindo absolutamente NADA pelo setor de meio-campo? Que precisamos melhorar o passe e a criatividade por ali?


Quando o jogo contra "La U" começou, consegui até notar uma certa melhora no meio-campo se comparado com as vezes em que jogamos com Toró ou Fernando. A posição em que Alvim inciou o primeiro tempo, mais avançado e perto do Juan, permitia bons avanços lá pela esquerda. E o Flamengo ia muito bem por ali.

Mas não tardou muito pro Alvim (não sei se por orientação do Andrade) recuar e tomar uma postura conservadora, ficando a frente dos zagueiros. E o resultado disso foi que o Juan ficou isolado nas tentativas de ataca e acabou errando muito (por não ter com quem tocar).

Pela direita acontecia a mesmíssima coisa. Léo Moura inciava as jogadas e partia em velocidade, imaginando que alguém se apresentaria pra tabela. Mas nada. Vinícius Pacheco e Kleberson (esse, então, foi um LIXO) não estavam bem na movimentação e tampouco produziram algo de bom na noite de ontem.

Ineficiente nas laterais (principal arma do time, segundo Andrade) e sem criatividade pelo meio, os contra-ataques do Flamengo se transformavam numa correria estúpida rumo ao ataque, que estava muito isolado. Nas poucas oportunidades em que conseguimos que Adriano e Love pegassem na bola, eles acabavam desperdiçando a chance por prenderem demais. Ambos não entraram em campo na noite de ontem.

Pra completar, a defesa também falhou feio (e sucessivas vezes) e permitiu que os caras abrissem o placar: Juan levou a bola até a intermediária e, sem ter com quem jogar, recuou. Mas o passe foi errado e os chilenos tomaram. A zaga apertou e conseguiu recuperar, mas Fabrício entregou na fogueira pra Alvim, que por sua vez tentou driblar. A bola acabou saindo em escanteio e foi nele que os caras fizeram 1X0. Bola rolada pra trás, cruzamento no primeiro pau. Adriano e Williams deixaram Vargas livre no primeiro pau pra cabecear.

Logo o juiz apitou o final do primeiro tempo. Fiquei imaginando que as coisas se corrigiriam na etapa seguinte e que o time estaria mais concentrado. O gol de empate nos primeiros minutos aumentou as minhas esperanças: tabelinha entre Léo Moura e Adriano na entrada da área. O moicano chutou (atrapalhado por Love) e a bola sobrou pra Alvim, sozinho, empatar na pequena área: 1X1.

Mal comemoramos e lá veio o 2 a 1: Seymor recebeu na intermediária, viu uma brecha na marcação e arriscou. O chute foi forte, mas no meio do gol. Mas o Bruno aceitou. Aí, meus amigos, a equipe sofreu um abalo maior do que aquele que abateu o Chile: começou a errar tudo, perdeu a concentração de vez e se entregou pros caras. Apesar disso, a Universidad de Chile não causou nenhum grande perigo e ficou arrastando o jogo até o apito final, mostrando que perdemos um jogo pra um adversário que seria facilmente vencido se tivessemos "entrado em campo".

Tá na hora do Flamengo TODO, dos dirigentes aos jogadores, acordarem para a temporada. Só vi o time jogar bem em apenas DUAS PARTIDAS: o Fla X Flu e a estréia da Libertadores. Não é possível que não estejam notando o que está acontecendo. Se tivermos que barrar alguém pra fazer dar certo, que seja feito. Se o Marcos Braz tiver que engolir o orgulho pra recolocar o Pet, que seja feito. Porque se a gente colocar o Flamengo acima de tudo, nada mais vai nos abalar. Nem Chatuba, nem moto, nem jegue e nem terremoto.

VAMO QUE VAMO, MENGÃO!

Gil