O AMOR E O TABU

Parabéns ao nosso rei.

Sempre ouvi que um homem não poderia amar outro homem.

A não ser o filho ou o pai.

Não é normal, não é comum, não é possível.

Mas eu amo (e amei) muitos deles.

Amigos, tios, primos e por aí vai.

Afinal, como segurar um coração arrebatado por sentimento genuíno?

Ele bate, não tem jeito.

Sempre ouvi que um homem não poderia chorar.

A não ser na vida ou na morte.

Não é normal, não é comum, não é possível.

Mas eu choro (e chorei) muitas vezes.

Numa música, num filme, numa partida de futebol e por aí vai.

Afinal, como conter as lágrimas quando expressam a mais profunda emoção?

Elas rolam, não tem jeito.

Sempre ouvi que um atleta não poderia ser baixo e fraco.

A não ser pilotos e jóqueis.

Não é normal, não é comum, não é possível.

Mas ele superou (e supera) muitas desconfianças.

Do Celso Garcia, do Zé Nogueira, do Modesto Bria e por aí vai.

Afinal, como mudar um destino que já estava traçado?

Ele se destacou, não teve jeito.

Sempre ouvi que o Zico não era um simples homem.

Até mesmo de tricolores, vascaínos e botafoguenses.

Não era normal! Não era comum! Não era possível!

Ele conquistou (e conquista) muita gente.

Meu avô, meus tios, minha mãe e por aí vai, até que chegou a mim.

Afinal, como não amar e não chorar vendo este homem com a camisa 10 rubro-negra no Maracanã?

Eu me tornei rubro-negro, não teve jeito.

Fábio Gil