ALGUMAS DESPEDIDAS...

Mais uma vez tivemos um joguinho merreca, pelo torneio merreca e com pouco mais de 3 mil pessoas no "Enchenão". Um panorama melancólico para um domingo de futebol que acabou terminando com um profundo ar de tristeza (ao menos na minha opinião e de alguns camaradas rubro-negros).

Depois de segurar a barra por muito tempo, confesso que estou ficando incomodado com tudo o que vem acontecendo na Gávea nos últimos tempos, desde a conquista do Brasileirão no ano passado.

Apesar da virada no jogo de ontem e na conseqüente classificação para as finais da Taça Rio, novamente a equipe não conseguiu empolgar. Tive até a impressão de que realmente havia o interesse de entregar o jogo pro Mequinha e deixar o Bacalhau Imundo de fora.

Também não consigo mais aturar o Adriano não comemorando seus gols com a torcida, que SEMPRE o apoiou. Durante toda a semana ele sorriu nos treinos, brincou com todos, falou com alguns repórteres e fotógrafos. Mas ai chegou no jogo, fechou a cara, parou de sorrir (novamente). Afinal de contas, pra quem é que o camisa 10 do Flamengo joga? Pro clube e sua torcida ou pra essa parte da mídia que o ataca? Acho que já passou da hora do Adriano acabar com essa babaquice e se unir a galera que tanto o apoia. Quero ver a vibração e a dedicação pelo clube que ele tanto propalava quando veio.

Voltando as atenções pra partida, tenho pouco a falar e a maioria discorda com o que o Andrade tem feito. O time jogou mal, sem compromisso, sem garra e sem aplicação. Isso ai o treinador está vendo. A questão é que ele próprio, Andrade, começou colocando o time na marcação, ao invés de partir pra dentro. No segundo tempo, mexeu mal e só corrigiu quando os caras ficaram com 9.

Na primeira etapa, a zaga estava se antecipando demais e descuidou da marcação. Assim saiu o primeiro, e único, gol dos caras. Arrumamos tudo e voltamos melhor pro segundo tempo, mas ainda assim a zaga não passava segurança até a entrada de Maldonado, que acertou as coisas por alí.

David ainda não tem condições de assumir o lugar do Álvaro. É muito afoito e avança demais, falhando na cobertura. O titular é mais experiente, se posiciona melhor e ainda orienta a marcação. Por enquanto, David deverá esperar no banco.

Aliás, por falar em zaga, será que o Angelim se afundou de vez na má fase? Pergunto isso pelo seguinte: para o Tromba manter a coerência, o Magro de Aço (e não o David) era quem deveria substituir o Álvaro. Afinal, antes de ser sacado pra entrada do Fabrício, era ele o titular do setor, não é mesmo?

Por sinal, nosso treinador usou dessa coerência e critério para manter o Toró como titular e não recolocar o Maldonado. Eu discordo profundamente da decisão, pois acho o gringo MUITO SUPERIOR e julgo que os jogos do Cariocão(?) seriam ideais pra o cara se recondicionar. Mas só posso palpitar, opinar e criticar. Infelizmente não posso mudar as decisões da comissão técnica.

Para encerrar o post e justificar o porquê do título, quero falar sobre as tais despedidas que ocorreram ontem.

A primeira delas foi a despedida do armador Petkovic. Posso até me enganar (e seria surpreendente)mas Pet, que tem reunião de renovação de contrato marcada para hoje, encerrou seu ciclo na Gávea. E da pior maneira que poderia: manchado. Tudo por conta de uma malfadada entrevista que o meia deu para o LanceNet!

O incidente envolvendo Pet e o dirigente Marcos Braz, ocorrida no Fla X Flu do dia 31/01, foi marcada pelo orgulho e pelo exagero. De um lado o gringo, que era ídolo da nossa torcida, um jogador vencedor e experiente, mas que se portou como um menino mimado. O sérvio não gostou de ser substituído, saiu de campo de maneira inglória, deixou o estádio irritado e foi desaforado com quem tentou contê-lo: Marcos Braz, o outro lado da polêmica.

No mesmo dia, Marcos Braz, que deveria agir profissionalmente e punir o jogador, resolveu mostrar que quem mandava lá dentro do clube era ele. Primeiro afirmou que o jogador não atuaria mais pelo clube, decisão que não encontrou eco nas instâncias superiores. Contrariado por não poder manter a rescisão do meia, resolveu que a alternativa era forçar Petkovic a se dobrar, a se entregar, se dar por vencido. E fez de tudo pra isso. Especialmente atacar o craque na mídia.

Quando finalmente parecia que ambos se retratariam, passaram para a guerra fria, aquela dos bastidores. Marcos puniu o craque com 10 dias, mas o afastou 15. Deixou-o treinando na Gávea enquanto os demais iam pro Ninho. Pra rebater, Pet colocou a torcida contra o dirigente e assistiu a uma partida no camarote de Celso Barros, debochadamente criando uma entrelinha de que poderia acertar com o Flu a qualquer momento (como deve acertar agora).

Mas a guerra não parou por ai. O Flamengo precisou do meia em algumas partidas e ele voltou a se dedicar. Se disse feliz com o interesse do clube nele e coisa e tal. Chegou a data da primeira reunião com o empresário do jogador e Marcos Braz faltou. Isso certamente deixou Petkovic furioso e, como cartada final, o gringo concedeu uma entrevista - destilando todo o seu rancor - onde não poupou o clube, os dirigentes e nem mesmo o Andrade. Infelizmente, isso acaba respingando em nós, torcedores, que nos decepcionamos com o craque e nos vemos obrigados a interromper um caso de amor que durava anos.

A segunda despedida, pra mim não menos triste, trata do falecimento do jornalista e, porque não, poeta, Armando Nogueira. Uma pessoa e um profissional que fará muita falta ao futebol. Ainda mais nestes tempos em que Peixotos, Leitões e Cia. saem escrevendo o que querem por aí e entram num debate que invade a vida dos jogadores e aviltam quem só quer saber de futebol. Se Deus quiser (e ele há de querer), surgirão novos Armandos, que são a esperança de uma cobertura apaixonada, honesta e ética para o esporte preferido do país, o futebol.

Que descansem em paz e sejam felizes onde quer que estiverem o Armando e o Pet. Amém.

VAMO QUE VAMO, MENGÃO!

Gil